Aliança entre mais de 20 organizações pretende coordenar esforços para impulsionar investimentos que beneficiam tanto as florestas quanto as comunidades da região
A Iniciativa Amazônia+10 hoje faz parte da recém-lançada Rede Pan-Amazônica pela Bioeconomia, dedicada a promover uma bioeconomia sustentável e de liderança local Amazônia, com foco em modelos econômicos que priorizem manter as florestas em pé, preservar a biodiversidade da região e zelar pelo bem-estar das comunidades locais.
Capitaneada pela World Resources Institute (WRI) e pela Conservação Internacional (CI), a aliança entre mais de 20 organizações preenche uma lacuna importante ao coordenar esforços regionais para impulsionar investimentos que beneficiam tanto as florestas quanto as comunidades da região amazônica. O grupo reúne diversas partes interessadas comprometidas com esses objetivos, incluindo comunidades indígenas, produtores e associações locais, investidores de impacto, instituições financeiras, institutos de pesquisa e sociedade civil.
A Rede estabeleceu múltiplas forças-tarefa que trabalham de forma colaborativa para estabelecer a bioeconomia como um ativo financeiro para a região. As principais áreas de ação incluem a mobilização de financiamento com garantias apropriadas, o aumento do valor e da equidade dos mercados de bioeconomia e a harmonização de políticas públicas e incentivos. A Rede também auxilia na coordenação de assistência técnica para negócios de bioeconomia liderados localmente, visando alcançar sustentabilidade ambiental e operacional de longo prazo.
“Com o lançamento a Rede, demos um passo fundamental para usufruirmos do potencial da bioeconomia na Amazônia. Ao estabelecer conexões inovadoras entre setores e integrar conhecimento tradicional e soluções modernas, podemos traçar um novo modelo econômico. A Rede Pan-Amazônica para a Bioeconomia estima que, até 2035, a bioeconomia será reconhecida como um novo setor econômico, com seu valor devidamente contabilizado. Somos gratos a todos os nossos parceiros por seu apoio inabalável a essa visão”, afirma Vanessa Pérez-Cirera, Diretora Global de Economia do WRI.
Rachel Biderman, Vice-presidente Sênior para as Américas da Conservação Internacional, acrescenta: “Ao construir uma economia robusta e baseada na natureza, não estamos apenas protegendo a Amazônia para as pessoas que vivem lá e para os países que a abrigam – também estamos dando um passo fundamental em direção à harmonização da ação climática, conservação da biodiversidade e desenvolvimento humano. Nosso objetivo é traçar um novo caminho econômico que respeite os ecossistemas e a herança cultural da região. A Conservação Internacional tem orgulho de fazer parte desse esforço, trabalhando para garantir que os compromissos da rede sejam traduzidos em ações tangíveis.”
A bioeconomia se refere a produtos florestais não madeireiros e serviços que mantêm a integridade ecológica do bioma, inspiradas por práticas ancestrais e que respeitam a cultura das comunidades locais. Exemplos de bioeconomia incluem Agrosolidaria Florencia, que comercializa produtos agrícolas e cosméticos cultivados de forma sustentável na Amazônia colombiana, e a Amazon Business Alliance, que promove investimentos sustentáveis em 15 negócios que operam na Amazônia peruana.
“A Amazônia é um ecossistema insubstituível, mas à beira do colapso”, alerta Joana Oliveira, Secretária Executiva da Rede. “Com mais de 47 milhões de habitantes, incluindo povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, o destino desse bioma tem implicações profundas para as populações locais, para a América do Sul e para o mundo. A Rede Pan-Amazônica está comprometida em garantir que a região busque uma nova economia, enraizada na conservação das florestas, na proteção dos rios e no investimento em meios de subsistência de qualidade.”
Pesquisas recentes mostram que a bioeconomia pode ser um dos pilares do desenvolvimento sustentável. Esse modelo econômico pode impulsionar a produção local, gerar empregos e criar oportunidades inclusivas. A análise focada no Brasil mostra que, com essa abordagem, o país pode alcançar um crescimento econômico significativo, criar novas oportunidades de trabalho e manter o aquecimento dentro do limite de 1,5°C.
Estela Noteno, representante indígena de Andi Wayusa, ressalta: “Somos os guardiões da Amazônia, e nosso conhecimento foi passado de geração em geração, enraizado na reciprocidade com a natureza e em um profundo entendimento de nossas florestas. Essa Rede apoia nossa luta para proteger nossa terra e modos de vida, garantindo que as gerações futuras possam prosperar. As práticas indígenas não são apenas compatíveis com uma bioeconomia próspera: são essenciais para seu sucesso.”
Parceiros e apoiadores da Rede Pan-Amazônica para Bioeconomia incluem: Amazon Investor Coalition, NESsT, LatImpacto, Conexsus, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Nature Finance, Reos Partners, Uma Concertação Pela Amazônia, Agrosolidaria Florencia, Fundación Pachamama, Fundación Avina, Andi Wayusa, Coica, Global Youth Biodiversity Network, IPAM, Impact Not a Bank, Instituto Igarapé, Instituto Sinchi, Instituto Clima e Sociedade, Science Panel for the Amazon, Sustainable Development Solutions Network, Amazon Sustainable Landscape Program (Grupo Banco Mundial), Conservação Internacional, World Resources Institute, The Nature Conservancy, World Wildlife Fund e Bezos Earth Fund.
Juntas, essas organizações trazem conhecimentos e recursos diversos para a Rede, aumentando sua capacidade de efetuar mudanças significativas na Amazônia.
Sobre o World Resources Institute
O WRI é um parceiro de confiança para a transformação. Utilizando abordagens baseadas em pesquisa, trabalhamos globalmente e em países estratégicos para atender às necessidades essenciais das pessoas; proteger e restaurar a natureza; estabilizar o clima e construir comunidades resilientes. Nosso objetivo é transformar a maneira como o mundo produz e utiliza alimentos e energia e a forma como planeja suas cidades, a fim de criar um futuro melhor para todos. Fundado em 1982, o WRI conta com cerca de 2.000 funcionários em todo o mundo, com escritórios nacionais no Brasil, China, Colômbia, Índia, Indonésia, México e Estados Unidos, além de escritórios regionais na África e na Europa
Sobre a Conservação Internacional
Desde 1987, a Conservação Internacional trabalha para destacar e garantir os benefícios fundamentais que a natureza fornece à humanidade. Aliando o trabalho de campo com inovações em ciência, política e financiamento, ajudamos a proteger mais de 6 milhões de quilômetros quadrados de áreas terrestres e oceânicas em mais de 70 países.